Wednesday, November 9, 2011

considerandos.

As vezes o esforço que se faz para conseguir pronuncias as palavras "estou chateada" é tanto que até você conseguir dizer, a dor já passou.

As vezes não. Mas soa tão simples que todo o esforço é meio ignorado.

*

Sóbrias.

As vezes fico pensando se é melhor nem começar para não ter que ter medo de terminar. Se é melhor nem começar para evitar os problemas que nos acompanham desde o primeiro passo, desde o primeiro sim, desde o primeiro sorriso. Se é melhor nem começar para não correr o risco de amar.

Amar é estranho. Ou você fica idiota, ou você quer morrer. E você não tem outras opções, só essas duas. Quando está idiota, fica sorrindo porque o passarinho é preto-brilhante, porque viu uma joaninha no vidro do seu carro, porque o som do celular vibrando com uma nova mensagem é lindo, porque seu cogumelo de pelúcia ainda está com cheiro de brigadeiro rosa. Quando quer morrer você chora porque encontrou a camiseta que Você usou ontem a noite, chora porque o copo que roubaram juntas do bar está no seu carro, chora porque sim e chora porque não. Você sente dores que nunca imaginou sentir, em lugares onde nunca imaginou que as ia ter.

E por incrível que pareça, isso tudo te faz feliz. Mais feliz do que imaginou que iria ser. Todas as brigas, lágrimas e lições de vida (por mais dolorosas que sejam) valem a pena e no final do dia você percebe que não trocaria isso tudo por nada. E fica óbvio que por mais medo que a possibilidade de término e de problemas te dê, sempre é melhor ter começado. Sempre é melhor ter dado aquele primeiro passo, ter falado aquele primeiro sim, ter dado e recebido aquele primeiro sorriso (mesmo que eu tenha sorrido com o salto quebrado, caída de bêbada quase dentro do lixo pra Você ).

Não acho nada romântico ficar idiota ou querer morrer o tempo todo. Por isso queria poder repetir ontem até a eternidade: jantar, vinho, risadas, ralador de queijo phyno e difícil de usar. Mas fazer o que se o amor não é romântico? Felizmente pra mim, Você é.

Quer saber? O amor que se foda. Você dá de mil a zero nele <3

*

Thursday, October 27, 2011

"vontade de algo que não sei o que..."

Saudades da época em que eu tinha tempo pra pensar.
Tempo pra sorrir.
Parece que ultimamente eu sou de pedra, meu rosto fixo e meu olhar parado.
Presa nessa apatia muda o dia intero com poucas, mas obsessivas, idéias na minha cabeça.
Nem sequer podem ser chamadas de idéias, mas sim estados de vida.
Trabalho.
Aula.
Amor.
Acho que estou meio mal de só ter uma coisa boa na minha vida.
Acho que estou com saudades de mim.
Dos meus pensamentos, das minhas manias, das minhas bobeiras e das minhas vontades.

Queria ler mais, ir mais ao cinema e sair pensativa, escrever mais, desenhar...
Mas como tudo nesse mundo, meu tempo é em função ao dinheiro.
Sei que é temporário mas já estou cheia. Cheia e vazia ao mesmo tempo, é difícil explicar.

Por isso tenho andado tão explosiva ultimamente - para todos os lados e com todos os tipos de explosões.

Não é raiva, mas sim estresse.
Não é tristeza, mas sim vontade de mudar.
Não é apatia, mas sim desgosto.
Não é ciúmes, mas sim saudades.

Sei lá. Vontade de abandonar tudo e ficar sozinha no sol, deitada na areia olhando pro céu.

E pensar que antes eu reclamava do meu tempo de sobra...

*

Tuesday, October 4, 2011

eight.

fico pensando... eu disse hoje que era bom ter festinhas, eventos, viagens e bobeiras pela frente pra animar meus dias, mas na verdade VOCÊ é minha festa, meu maior evento, a viagem da minha vida e minha bobinha mais linda do mundo. 

te amo eterno, feliz!!
mip.

*

Thursday, September 1, 2011

com amor, joaninha.

Você me dá vontade de coisas românticas.
Um dia confessei que se pudesse eu escreveria nossos nomes no céu com um daqueles aviões de fumaça. Você riu e carinhosamente me chamou de brega e eu achei que fosse explodir de amor.
Hoje tive a seguinte idéia: quando formos velhas, vamos ter dois carros. O meu com a placa MYL e o seu com a placa ISA. Você vai rir ao ler isso e me chamar de bobinha, mas eu gosto. Sua Saveiro Cross preta fosca com placa ISA. E meu minicooper lindo com miniadesivo de joaninha e placa MYL.
Te amo.
*

Monday, August 22, 2011

sorrisos.

A linha tênue entre ser e fazer.

Hoje assisti a uma palestra da Marina Silva que mudou minha percepção dos políticos e das palestras da FAAP. Mas não vou falar sobre a palestra em si, mas sim sobre algo que ela disse que me deixou pensativa o resto do dia. 

Cheguei na FAAP sozinha e fui embora do mesmo jeito. Faz um tempo que tenho colocado na cabeça que lá não é meu lugar; que sou diferente de todo mundo e que não há possibilidades de conhecer pessoas legais, além das que eu já conheci. A velha prepotência capricorniana, lógico, mas fazer o que. 

O auditório estava cheio e tive que sentar no chão. Eu estava levemente desanimada por assuntos mal-resolvidos dentro de mim, então demorei pra prestar atenção. Algumas pessoas me encararam e eu já fechei a cara, mas lembrei do meu gorrinho de pompom. Oh well.

E então a Marina disse aquilo. Aquilo que de repente encaixou tudo aquilo que estava solto e vinha chacoalhando dentro de mim. Aquilo que deu aquele estalo e me botou nos eixos novamente. Mesmo que "nos eixos" não signifique imediatamente "bem", mas sim caminhando pra isso.

Marina basicamente ressaltou a importância do autoconhecimento e da integração com os outros e com si mesmo. A diferenciação entre o ser e o fazer. “Chegou a hora de acreditar que vale a pena, juntos, criarmos um grande movimento para que o Brasil vá além e coloque em prática tudo aquilo que a sociedade aprendeu nas últimas décadas. (...) Se antes dissemos 'chegou a hora de acreditar', afirmo hoje: chegou a hora de ser e fazer, de nos movimentarmos em conexão com as redes e pessoas que expressam a chegada do futuro e o constroem na prática, no dia-a-dia." Ela disse que muitas vezes chegamos a fazer tudo que temos, em teoria, que cumprir para realizar algo. Mas falta o ser. Ela falou sobre a volta à infância, quando nos perguntavam "o que você quer ser quando crescer", em contraposição aos dias hoje, quando nos perguntam "o que você faz?".

Eu não quero ser alguém que simplesmente faz. A própria frase entra em contradição consigo mesma: ser alguém que faz. Pelo contrário, eu quero simplesmente ser. Voltar a pensar nos valores antes das realizações. Voltar a pensar no que me faz sorrir antes de pensar no que terei em mãos. Voltar a não pensar; voltar a sentir.

Não quero nada material, apesar de saber que estes são simplesmente meios pra fins. O que eu quero é caminhar sobre a linha tênue entre o ser e o fazer, pra conseguir alcançar essa realização da qual a Marina falou hoje. Sim, ela falava de outras coisas. Mas acredito que o que admiro nela é exatamente isso: saber que ela poderia estar falando sobre política e sustentabilidade, mas que seus valores vêm de baixo - que se aplicam aos mesmos "desencaixes" internos que eu tenho de vez em quando. 

Então saí do auditório diferente do que estava quando entrei. Sozinha, sim. Mas pensativa, ao invés de anestesiada. Antes eu não queria pensar. Depois, estava pensando. Tinha voltado a pensar. Estava com saudades de mim mesma, acho, de abrir mão da minha prepotência e perceber o mundo de maneira diferente. Não de maneira desgostosa, como havia vindo o vendo. Não de maneira cética e pessimista. Magoada, triste, desesperançosa.

Fiquei feliz de estar lá. De me sentir diferente dos outros, mas de estar exatamente onde eu deveria estar. Tudo depois disso fez mais sentido, apesar de eu continuar esquisita. Percebi mais sorrisos, mais amor, mais gentilezas até dentro do banheiro da FAAP - onde tudo que eu costumava ver era antipatia e vaidade. 

Sei lá. Acho que, apesar do tempo frio e cinza, voltei a ver mais cores no mundo. 

*

Sunday, July 10, 2011

minhocas.

"Aí teve aquela cena também, De quando eu fui te dar tchau.
(…) E você olhou e me perguntou: "Não to esquecendo nada?" E eu quis gritar: "Tá, tá esquecendo de mim."
E você depois perguntou: "Não tem nada meu aí?" E eu quis gritar: "Tem, tem eu. Eu sempre fui sua."


Ultimamente, quando brigo, choro, ou fico magoada, tenho pensado muito nessa frase da Tati. Meu pai sempre diz que relacionamentos funcionam da seguinte maneira: cresce, cresce, cresce, até o namoro virar oficial. E depois vira uma reta, "tipo naqueles painéis de batimentos cardíacos, quando uma pessoa morre", segundo ele. E depois começa o declínio.

Pra mim definitivamente não é o que acontece, pela primeira vez na vida. Antes eu sempre concordei com meu pai, e apesar de bater o pé e negar até a morte, eu sempre senti bem no fundo que era verdade. Mas agora não. Coisas de primeiro (e último, pelo menos pra mim) amor.

Por isso tenho pensado na Tati. Porque talvez eu possa estar tão apegada a esse "quentinho" dentro de mim, que eu não vejo o outro lado. Talvez, como a Tati diz, o motivo pela minha irritabilidade ultimamente é exatamente esse: medo de estar sendo esquecida.

*

Saturday, July 9, 2011

fldsjfsdl.

Ontem fui dormir me sentindo péssima. Me lembrou um pouco daquele meu ano caótico (intensamente comentado aqui no blog), mas de um jeito novo e diferente. Antes, talvez por eu ser mais nova, tudo, até pequenas bobeirinhas eram gigantes fins do mundo. Minha primeira bad rendeu não só um, mas dois posts insanamente confusos. A primeira vez que eu achei que me apaixonei também deu em vários posts, e minha descoberta de que na verdade não teve nada a ver com amor mais ainda. Meus sentimentos de insatisfação e revolta com as pessoas em minha volta na época do high school, quando todos meus amigos foram embora. Enfim. Coisas pequenas, que, apesar de pequenas, não devem ser menosprezadas porque eram minha vida na época e me marcaram profundamente.

Mas sobre ontem. Me lembrou daquele ano porque tudo pareceu dar errado, ao mesmo tempo que certo. Nunca me arrependo de verdade de nada, apesar de fazer várias coisas erradas o tempo todo, mas ontem fiquei meio mal comigo mesma.

Tudo já começou meio mal, comigo atrasando de novo. Eu odeio me atrasar, especialmente pra ela. Nunca tinha falado eu te amo na vida por vários motivos, entre eles nunca ter realmente tido a vontade de ser perfeita pra ninguém. Eu te disse que só quero te fazer bem, que quero te dar infinitas quantidades de amor, te mostrar que você é uma pessoa diferente do resto, uma pessoa que vale a pena - o que é muito raro hoje em dia. E te fazer esperar no metrô nesse frio me deixou angustiada de modo que cada minuto que passava no relógio do meu carro me parecia uma eternidade, meu coração a mil e meu corpo inteiro tenso.

Depois no carro, quando você estava quieta e tensa e preocupada com um milhão de coisas (coisas que eu odeio, por te deixarem mal) e eu não soube o que dizer. Já disse que eu sou egocêntrica, e acho que estava tão enrolada no meu próprio drama de ter atrasado de novo, que não consegui estar lá pra você. Eu sempre entro em pânico quando isso acontece. Quando a gente se afasta, mesmo que não seja por mal, e é por isso que depois eu te pergunto um bilhão de vezes se você está bem.

Então tudo realmente começou a dar errado. Eu fiz coisas que sabia que me fariam mal, gastei demais, me meti em um lugar abafado e com energia ruim, comecei a passar mal, quase não te agarrei (apesar de você estar tão linda), fiquei estranha na frente das suas amigas DE NOVO por me sentir mal, quis ir embora mais cedo... Blargh. Não sei porque me meto nessas coisas sabendo o que vai acontecer.

Depois me irritei de ter passado mal na sua frente no caminho pro carro. É uma coisa tão boba, tipo aquelas coisas que nossas mães falam que não podemos fazer na frente da namorada. Tipo cortar a unha do pé ou fazer xixi. A Sylvia Plath (uma das minhas autoras favoritas) diz que não tem nada como vomitar na frente de alguém pra imediatamente tornar essa pessoa sua melhor amiga. Mas eu não quero isso. Sim, você é de várias maneiras minha melhor amiga, além de namorada, mas tudo isso me levou pra cama pensativa e mal e com raiva de ontem a noite.

Como você sempre diz, quero ter um relacionamento saudável. Mas pra isso precisamos ser saudáveis de mil maneiras. Nos sentimentos, no amor, fisicamente, e dentro de nós mesmas. Essas coisas bobas tipo vomitar na sua frente, cortar a unha do pé ou fazer xixi são pequenas. Concordo que nossas mães talvez sejam um tanto antiquadas nesse sentido, mas isso de vomitar foi desnecessário. Não porque é feio e nojento (apesar de ser) mas porque estamos fazendo mal pra nós. Não precisamos chegar nesse ponto de fazer tanta besteira a ponto de vomitar uma na frente da outra. Sou inocente, idealista, e até meio boba, mas acredito que podemos viver do nosso amor.

Vamos parar. Voltar. Não voltar, mas mudar. Resgatar nossos jantares e idas ao teatro. Lógico, sempre com muita bebida porque também uma vida certinha não tem a menor graça (e acho que nós duas acharíamos meio impossível haha). Eu te quero pra vida toda e acho que o que temos feito só têm empacado tudo - e você sabe muito bem que já temos complicações o suficiente nas nossas vidas. Não vamos complicar o que temos. Porque pra mim é a coisa mais real e pura do mundo - a única coisa que me faz verdadeiramente feliz.

Ainda não saí direito da cama, então talvez nada faça sentido. Mas dormi mal e acordei do mesmo jeito. Talvez esse post seja uma das minhas brisas de enquanto estou dormindo, tipo Anselino Anselmo ou sua mãe no banco de trás do seu carro. Rawr.

*

Friday, June 17, 2011

"Aritmética"

Lembrei desse livro esses dias. Fernanda Young.

"Quando entrei naquele carro, já estava amando. Amando mesmo, com amor de verdade, não apenas paixão; que, masculina cresce junto com o pau e também murcha com ele. Sentia, sim, amor de verdade, e isso era perfeito, merda, perfeito. Não era pau querendo boceta, o mais fácil dos sentimentos. Era eu querendo ela, e imediatamente, e intensamente; e para ficar com ela, trepando ou não. Para sair com ela pelos lugares mais públicos, dizendo para todo mundo: Vocês estão vendo essa mulher? Heim? Estão vendo? Ela pode enlouquecer, engordar, emburrecer. Pode me desprezar, cuspir em mim e chamar meus livros de porcaria. Ela pode a puta que o pariu, que eu vou continuar sentindo a mesma coisa por ela: amor. Para todo o sempre, estaria louco por ela e morreria por ela, mesmo sabendo que “todo o sempre” é errado dizer “por ela” é feio. Por ela, escreveria mil livros inteiramente errados e feios. Só por ela. Porque ela sempre seria inteira linda, e nem isso importava. Ela já possuía meu infinito amor, quando me sentei ao seu lado. Pois percebi que ela era minha. Minha. Louca ou não, burra ou não, linda ou não, magra ou não. Grávida de outro ou não. Eu a amava, como ainda a amo, e fodam-se todas as estatísticas que provam que isso não existe. Que amor não nasce desse jeito, que não dura. E se um amor só pode ser especial assim se for triste, que eu morra. Ou tivesse morrido. Naqueles longos minutos, no carro, indo para um hotel barato."

"E a língua portuguesa não agüenta mais a chateação dos meus versos repetidos, repetidos por ela, que tão docemente recebeu minha língua em sua boca, dando-me um gosto que um milhão de palavras não poderiam traduzir. Porque não há verbo, ou sinal, ou lirismo, que consiga expressar o estranho que foi, o desconforto que foi, saber: esse beijo é o meu beijo."

P.S.: Sei que só tenho escrito sobre o amor ultimamente, mas (ai como sou fofa) é só o que eu tenho sentido, pensado e respirado de uns tempos pra cá. De mais ou menos seis meses pra cá. Rawr <3

Friday, May 27, 2011

É muito mais gostoso fumar na porta da sua casa.

Eu adoro a brisa do cigarro.
Encostar numa parede
e tragar o maior trago do mundo.
Soltar metade pelo nariz
metade pela boca
e esperar.
Meio segundo.
E fechar os olhos.
Cabeça vazia.
Barulhos de Nova Iorque.
Sangue formigando.
Frio.
Abrir os olhos
e ver as luzes da cidade
acesas
e as pessoas dormindo.
Penso na solidão coletiva
e na coletividade solitária
minha
sua
e de todos
(até dos aliens bizarramente lindos que eu PROMETO que existem).
Não sei quem vai cuidar de mim
mas quero cuidar de você.
É muito mais gostoso fumar na porta da sua casa.

Hoje me lembra daquele dia nessa mesma varanda com você. Na minha varanda. Com as minhas velas. Os meus cigarros. Os meus bons drink. A minha Cat Power. E você toda linda me olhando com esses seus olhos que são os meus favoritos. E eu querendo te fazer minha também, pelo simples motivo de já me considerar sua. Aquele dia na minha varanda. E hoje. E no primeiro dia que te vi, quando eu estava bêbada e caindo no lixo porque meu salto machucava. E para sempre.

Minha cama de solteiro é gigante sem você. Eu sempre quis uma cama grande, mas agora trocava todas por outra noite na minha barraca quebrada montada no lado errado da ladeira enlameada. Trocava todas por outra noite no meu carro esperando dar a hora de você voltar pra casa e me ligar cinco minutos depois, porque você sabe que eu durmo no volante. Trocava todas por um lugar no ônibus que me leva até você. Amanhã. Quase hoje. Amanhã.

É só esperar.

"Mesmo assim, a espera não é tão ruim porque depois vem você. Mentira, é sim. Então tento escrever para expressar um pouco do que sinto. Pra ver se esse sentimento escorre pelas minhas palavras para que seja mais fácil carregá-lo até o dia de te ver novamente."

Essas coisas
que você escreve pra mim.
Como a brisa do cigarro
que eu adoro.
Me encostam numa parede
porque sem apoio
me deixam sem chão.
Me dão vontade
de te tragar inteira
para sempre
no maior trago do mundo
e não soltar nem menos da metade
pela boca ou nariz.
Te ter pra sempre.
Inteira.
Olhos fechados.
Cabeça vazia.
Sentindo e ouvindo
apenas você.
Abrir os meus olhos
e ver o mundo nos seus.
Saber que você vai cuidar de mim
e querer eternamente cuidar de você.
É muito mais gostoso fumar na porta da sua casa.

*

Wednesday, May 11, 2011

Pequena.

Queria ter um baú dentro de mim pra guardar as coisas ruins. Queria guardar esse sufoco. Essa solidão. Essa frustração. Essa solidão. Essa vulnerabilidade. Essa solidão. Essa raiva. Essa solidão...

Me dá a mão...

*

Tuesday, May 10, 2011

Lista (não coube no "seu" post-it verde).

Cozinhar coisas além de omelete e tapioca e spaghetti com molho pronto pra você (tentar).
Te encontrar no meio da tarde pra tomar um café.
Ajudar com trabalhos e palavras bizarras em inglês e te ver toda linda e concentrada estudando.
Deixar você tirar fotos de mim DE VEZ EM QUANDO. Com joaninhas.
Perguntar coisas nas lojas&etc pra você.
Te levar e buscar no trabalho no dia do rodízio da sua saveiro linda.
Ler Rousseau pra você antes de dormir e achar fofo se você dormir no meio.
Te proteger de pernilongos e não deitar até matar todos (porque você sabe que eu mato mesmo, rawr).
Deixar banho de espuma pronto na banheira pra quando você chegar toda suja e picada de abelhas do campo.
Fazer massagem e rir do seu dedinho lindo.
Assistir filmes de medo com você, mesmo que eu morra depois, só porque você gosta (e porque eu te agarro haha).
Beber vinhos com você all over the world, porque vamos viajar muito ainda.
Esperar na fila de padarias&supermercados&etc trocando olhares e morrendo de vontade de te agarrar, mas me segurando porque sou um ANJINHO.
Consertar fornos DE VERDADE pras bruschettas não caírem no chão de novo.
Fazer drinks "meio" fortes pra você e dizer que estão fraquinhos. E depois ficar bêbada muito mais rápido e fingir que não. E depois ficar tão bêbada a ponto de admitir que... tá vai, bebo menos.
Não dormir mais dirigindo. Porque tá nas regras, namorada não pode morrer.
Ter uma casa a prova de Jujubinha (lembrar de comprar fita dupla face pra colar as coisas no lugar, assim ele não derruba).
Mandar o Mamper ficar bem pra morar com a gente.
Morar perto de bistrozinhos pra tomar cafés da manhã phynos de domingo.
Cozinhar pras nossas famílias de vez em quando na nossa casa.
Passar tardes gostosas com sua mãe em Santos.
Passar noites bêbadas com meu pai na Augusta.
Ter um cão felpudinho quando formos velhas.
Passar protetor solar em você e ficar o dia inteiro na piscina da nossa casa (sim, vamos ter uma um dia!) tomando bons drink no sol.
Rir da @harpias.
Dar a mão pra você. Porque encaixa.
Fazer uma coleção de coisas que só nós entendemos, tipo "sua verde" e "nenenzinho".
Fazer algumas loucuras de vez em quando e passar mil dias "resfriadas" e com o nariz escorrendo depois ;)
Dormir vendo "Mamães Adolescentes".
Mandar você dormir de fone no seu campo pro bicho não entrar.
Fazer macarrons feios, mas gostosos.
Poder ficar dias e dias em lugares meio isolados tipo minha casa da praia, só eu e você. E sua faca. Haha.
De vez em quando dormir juntas no carro só pra lembrar como era.
Te dar uma aliança toda phyna e fazer o pedido de casamento mais lindo de todos. Sóbria, senão você ri de mim e não ouve hahahah <3
Te acordar todos os dias com aquele "beijo fofo" que você adora.
Ter você deitada em cima de mim todas as noites, assim não preciso mais me enterrar embaixo das minhas almofadas.
Enfrentar horas de trânsito por uma pizza do Pizza Hut (com sotaque, rawr).
Passar horas escolhendo restaurantes com você ditando o telefone deles bem perto no meu ouvido.
Tirar um ano de loucura pra viajar pelo mundo sem ligar pra mais nada.
Viajar de carro com você toda linda me ensinando a ultrapassar caminhões gigantes.
Aprender a montar a tenda e a barraca NO LUGAR CERTO. Não pode ladeira.
Te emprestar minha camiseta cinza de dormir todos os dias (e minha jaqueta de couro e minha camisa verde e tudo que você quiser, quando você quiser) e depois usá-la quando eu ou você estivermos viajando.
Levar susto com o toque alto de mensagens do seu celular.
Ter medo de coisas bizarras e você me zoar até a morte, mas me proteger.
Correr com você algumas vezes por semana. Tá vai, começamos com caminhadas.
Brincar de sombras na parede quando a luz acabar, tipo na barraca aquele dia.
Brigar as vezes, porque faz parte, mas sempre te respeitar e admirar e confiar em você, porque eu achei lindo isso que você falou.
Sempre lutar pra te ter comigo, porque o que temos "não se encontra em qualquer esquina. ou bairro. ou cidade estado país continente" OU GALÁXIA COM ALIENS.

Enfim. Quero que essa lista seja interminável. Porque você é a pessoa mais inteiramente linda do universo inteiro (inclusive os aliens bizarramente perfeitos que eu prometo - não juro - que existem).
Eu sou sua e você é minha.

*

Wednesday, April 6, 2011

(sem título)

Sinto que quanto mais nós eu consigo desfazer, mais nós se formam do outro lado da linha.

Me sinto pequena, infantil, impotente e incapaz às vezes. Todo mundo tem seus dias ruins, eu sei. Já tive os meus, piores e melhores. Mas nunca iguais. Porque não sou do tipo que acredita na obrigação de dar explicações pra ninguém. Eu simplesmente não dou. E é angustiante agora querer fazer isso - querer me explicar. Não pra me livrar da responsabilidade de nada. Não pra poder dizer que dei uma desculpa e saí ilesa. Não pra "sair bem na foto".

Queria me explicar pra poder me entender.

É carência e sobrecarga emocional, eu sei. Tem muita coisa acontecendo de uma vez só e pela primeira vez são só coisas boas. Eu estava tão acostumada a lidar com coisas ruins que essa avalanche de coisas boas me deixa desorientada. Coisas pequenas - conseguir meu primeiro estágio sem ajuda de ninguém, estar namorando, conseguir ter uma conversa honesta com a minha mãe depois de muito tempo brigando... Fico ansiosa porque não quero que tudo volte a dar errado. Então é lógico que eu acabo cagando na sorte.

Não sei o que aconteceu aquele dia e nem quero falar sobre isso.

Eu só queria me explicar pra poder me entender. E não de um jeito totalmente egoísta. Um pouco, sim, porque sei que muitas vezes sou egocêntrica. Mas a única razão da minha angustiante necessidade de me explicar é que falando com VOCÊ eu me entendo. Eu me sinto normal de novo. Me sinto grande, completa, apta a lidar com a vida, e incrivelmente feliz. Não que eu não consiga fazer tudo isso sozinha. Eu consigo. Conseguia antes, consigo durante, e sei que vou continuar conseguindo. Mas acho que a vida é isso - desfazer nós só pra encontrar outros do outro lado da linha. A única certeza é essa constante dificuldade, esse sofrimento permanente pra simplesmente SOBREVIVER. E depois morrer.

Eu não quero isso.

Não quero sobreviver. E não quero morrer tendo apenas sobrevivido.

Quero simplesmente viver. E com você eu me sinto viva. Não de um jeito dependente, mas sim leve. É meio utópico e escapista, porque do seu lado todos os nós desaparecem. E o que me deixa mais louca é saber que é real. Aliás, SURREAL, porque até te conhecer, não tinha sentido nada igual. O que eu sinto não é pesado, mas sim intenso. Intensamente leve. Insanamente intenso. Levemente insano. Leve.

Enfim.

Não sei mais o que estou falando. Outra brisa, tipo aquele dia na praia. Na piscina. Outra daquelas coisas que podem se resumir a "eu te amo", mas mesmo assim faltam-me palavras. Então apaga, apaga tudo isso. Apaga o que machuca e apaga o que foi, o que está, e o que vai estar errado mais pra frente. Esquece a linha e todos os seus nós, e pensa em outro tipo de "nós" - eu e vc. Só quero segurar sua mão.



Uma música sobre o que eu senti aquele dia. Mas não ouça pensando nisso, ouça só pela múica. É foda :)

*

Saturday, March 26, 2011

Monday, February 14, 2011

Valentine's Day

Eu não ESTOU apaixonada por você. Eu SOU apaixonada por você - a diferença entre os dois sendo o sentido de atemporiedade, de infinita durabilidade. Não é algo momentâneo. Não é um estado de espírito passageiro. E definitivamente não é só mais uma das minhas instáveis mudanças de humor.

O que eu sinto por você está mais para condição, no sentido de que faz parte da minha existência. Faz parte da profundidade do meu ser, do meu viver, do meu respirar. E é assustador.

Sou, por natureza, a pessoa mais medrosa do universo, eu sei. Até de peixe eu tenho medo! Peixe, trovão, filmes de terror de quinta categoria - COM a Megan Fox, mas whatever ;)

Mas o que me assusta de verdade, em relação a tudo isso, é o fato de que a cura para todas essas minhas fobiazinhas... é você.

Happy Valentine's Day! Te amo :*:

PS- Fui dormir ontem e percebi que agora eu não só durmo com um travesseiro no rosto, mas também com um colado no corpo, tipo abraçada. Até mesmo meu subconsciente sonolento quer você na minha cama SUA LINDA :)

PPS- Escuta. Green Eyes, do Coldplay.


*

Sunday, February 13, 2011

Aviso: Não Ler Esse Post.

"Que final de semana foi esse?"
Normalmente essa frase é usada depois do melhor finde ever.
Estou exausta. Queria poder estar de ressaca. Queria poder estar com os pés doendo do salto. Queria poder estar com o corpo dolorido da balada de ontem.

Mas simplesmente estou cansada psicologicamente.

Não aguento mais carregar pesos que não são meus.
Não aguento mais ouvir palavras que mais tarde são "apagadas do histórico" como se nem tivessem me machucado.
Não aguento mais ser tratada como insuficiente.
Não aguento mais cenas de filmes tristes.
Não aguento mais olhar pra camiseta rosa de coelhinho dela cheia de lágrimas. Ou pra fivelinha torta no cabelo dela só porque ninguém arruma. Ou pro rostinho dela vermelho, quente e cansado - igual ao meu. Ou pras mãozinhas dela pedindo um abraço e a mãe dela virando as costas.
Não aguento mais pensar que cheguei no fundo do poço e achar que amanhã tudo vai melhorar. Porque, do mesmo jeito que acho que amanhã não vou chorar, amanhã não melhora. Amanhã eu ainda choro.

Eu sou reclamona, eu sei. Eu até gosto de reclamar das coisas bobas - das músicas do rádio, das roupas de tal pessoa, da situação pós-revolução no Egito, you name it. Mas sinto que ultimamente, não tenho nem dois minutos de paz pra poder reclamar das coisas bobas. E isso cansa - e muito.

Não sou assim, normalmente. E por "assim" quero dizer triste. Li uma frase uma vez que achei muito tosca, na hora: "entre ser feliz e ser triste, eu prefiro ser feliz". Durr, é lógico que eu prefiro ser feliz. Mas depois fiquei pensando nisso... e cheguei a conclusão de que não, não é nada tosca. Eu realmente sou do tipo de pessoa que prefere ser feliz. Não gosto de chegar nos lugares com cara fechada e meus sentimentos carimbados no meu rosto. Eu mesma já não suporto me sentir assim por dentro, então não tem porque transpor isso pra fora. Eu saio exatamente pra não pensar em tudo isso, portanto deixo minhas tristezas em casa. Assim, evito contagiar os outros com sentimentos negativos - e desse jeito, escolho ser feliz.

Mas escolher ser feliz não basta. Lógico, ajuda muito. Escolher ser feliz só traz coisas boas e te leva pra caminhos do bem. É só que as vezes a vida te deixa tão pra baixo que nem forças pra fazer essa escolha você tem. Queria poder realmente ser feliz, no sentido de permanentemente.

Eu sei, ninguém é permanentemente feliz. Nem quero isso, gosto do jeito irritantemente reclamão que sou. O que eu peço é o direito de poder deixar um pouco desse peso pra trás. O direito de poder chegar em casa e me sentir em casa. O direito de poder reclamar das coisas bobas, e não das dolorosas.

Argh. Odeio post tristes assim. Quero posts minimamente divertidos - no mínimo tragicômicos. Esse é simplesmente deprimente. Não leiam. Pluft, voltei ao normal, to sorrindo, essas lágrimas são de felicidade, qual é a boa de hoje, cadê cerveja?

Bem que eu queria poder ser assim o tempo todo.

*

Tuesday, February 1, 2011

Outro post sobre saudade...

... mas outro tipo. O tipo que machuca. O tipo que eu não quero sentir. O tipo que dá raiva. O tipo que me deixa mole e sem vontade, deitada na cama olhando pro teto com vontade de nunca mais sair dali. O tipo que dói, que arde, que corrói.

Odeio esse tipo de saudade, mas ela existe. Excessivamente, ela existe.

Tenho saudade dela me pondo pra dormir. Eu, com minha mãozinha de criança, segurava a manga do pijama dela com tanta força que meus dedinhos ficavam brancos, mas mesmo assim eu não largava. Até adormecer. E só então ela ia embora. Hoje em dia ela vai embora - ou então nem aparece - com tanta frequência que eu fico lá, procurando a manga do pijama, sem saber que rumo tomar.

Tenho saudade do estúdio dela. Do cheiro das tintas, dos panos sujos, das telas em branco, do avental dela pendurado no banquinho. Das tardes que passavamos juntas, ela fazendo arte e eu fazendo bagunça. E ela deixava, porque sabia que pintar fora das linhas faz parte.

Tenho saudade de fazer a coisa mais idiota do mundo e ela achar graça ao invés de brigar. Tipo aquele dia que eu peguei uma cadeira de praia que achei na rua e coloquei na varanda. Fiz limonada, coloquei o óculos de sol mais ridículo do mundo e pintei minha cara tipo índio, com protetor solar, e fiquei lá até ela chegar. Quando ela chegou, ela nem ligou pra cadeira. Que estava toda enferrujada, rasgada e suja, by the way. Ela veio correndo me dar AQUELE abraço, com AQUELE sorriso, e o mundo podia acabar que eu nem ia ligar.

E hoje em dia, quando o mundo parece que vai acabar DIARIAMENTE... ela não está lá pra sorrir ou pra me abraçar. Ela não está lá pra me deixar fazer bagunça com as tintas dela. Ela não está lá pra me por pra dormir. Ela simplesmente nunca está lá.

Eu fico triste.

*

Tuesday, January 25, 2011

Saudades...

... de conversas pontuadas por beijos.

*

Thursday, January 6, 2011

Come on Bartender...

I miss the feeling of having all of my strings cut off; the feeling of free falling into the interminable void, wearing nothing but my heart on my imaginary sleeve. My heart and my guts.

I love getting ready to go out. Picking clothes like an actress picks her character. Painting myself another face, to the utter annoyance of Shakespeare. Tossing my valuables into a tiny designer bag. And then finally deciding on the perfect pair of shoes – my lifelong weapon of choice.

But the whole process is only oh so meaningful if I’m getting ready to go out by myself. When I’m deliberately tossing myself into the unknown for the pure sadomasochistic pleasure of it. I like it. I truly do, with my heart, body and soul. I like the idea of stepping out of my comfort zone, my home, and into a world that has no idea who I am. I can be anyone. I can lie. I can cheat. I can pretend. I can steal. I can be reckless. I can do whatever the hell I please.

But the thing is, I don’t want to. I never want to. I always and forever end up choosing the simplest (and, by experience, the stupidest) option: being me.

Just as I love the feeling of free falling, I absolutely live for the feeling of ripping away my outer shells and exposing my unreserved weaknesses to a world I know will eat me alive.

There were many unforgettable moments in my life.

That first time I went to a concert by myself (and ended up meeting a friend for life, not to mention the whole guitar-pick incident).

That time in Paradise City when I was completely honest about my likes and dislikes in terms of love.

That time in my car, driving over to meet her, the girl whose name I will never be able to say unaccompanied by a sigh.

That other time in my car, driving over to the Impersonation of Rock and Roll’s birthday.

That time in my dining room, alone with my Dad and an already empty bottle of wine, spilling my guts about… what else? My likes and dislikes in terms of love.

Huh. My life does tend to rotate around love. I guess I get why I always end up getting fucked over. I like free falling and I like doing it with my deepest, darkest secrets out in the open. With the real me branded all over my face. With my entire existence printed on my business card. And I do it all in the name of love. With childlike innocence and simplicity, but with my entire heart attached.

And then I change my mind and the whole situation spins around. Spins around as fast as it takes for me to fall over. For me to be tossed out and back into my comfort zone, my home. Back in front of the mirror, choosing my clothes and my make-up and my shoes as my lifelong weapons of choice.

Fuck. Regina Spektor, just pour me another one already.



*

Tuesday, January 4, 2011

Pink Lingerie

A song and the trailer of the best movie ever to start the year off. My New Year's Resolutions? Love, of course. Always. And Peace. And Happiness. Forever and always <3

Nat King Cole - Nature Boy

There was a boy

There was a boy...
A very strange enchanted boy


They say he wandered very far, very far
Over land and sea
A little shy and sad of eye
But very wise was he
And then on day
A magic day he passed my way
And while we spoke of many things
Fools and kings
This he said to me

The greatest thing you'll ever learn
Is just to love and be loved in return...


 

 
*