Sunday, July 10, 2011

minhocas.

"Aí teve aquela cena também, De quando eu fui te dar tchau.
(…) E você olhou e me perguntou: "Não to esquecendo nada?" E eu quis gritar: "Tá, tá esquecendo de mim."
E você depois perguntou: "Não tem nada meu aí?" E eu quis gritar: "Tem, tem eu. Eu sempre fui sua."


Ultimamente, quando brigo, choro, ou fico magoada, tenho pensado muito nessa frase da Tati. Meu pai sempre diz que relacionamentos funcionam da seguinte maneira: cresce, cresce, cresce, até o namoro virar oficial. E depois vira uma reta, "tipo naqueles painéis de batimentos cardíacos, quando uma pessoa morre", segundo ele. E depois começa o declínio.

Pra mim definitivamente não é o que acontece, pela primeira vez na vida. Antes eu sempre concordei com meu pai, e apesar de bater o pé e negar até a morte, eu sempre senti bem no fundo que era verdade. Mas agora não. Coisas de primeiro (e último, pelo menos pra mim) amor.

Por isso tenho pensado na Tati. Porque talvez eu possa estar tão apegada a esse "quentinho" dentro de mim, que eu não vejo o outro lado. Talvez, como a Tati diz, o motivo pela minha irritabilidade ultimamente é exatamente esse: medo de estar sendo esquecida.

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Saturday, July 9, 2011

fldsjfsdl.

Ontem fui dormir me sentindo péssima. Me lembrou um pouco daquele meu ano caótico (intensamente comentado aqui no blog), mas de um jeito novo e diferente. Antes, talvez por eu ser mais nova, tudo, até pequenas bobeirinhas eram gigantes fins do mundo. Minha primeira bad rendeu não só um, mas dois posts insanamente confusos. A primeira vez que eu achei que me apaixonei também deu em vários posts, e minha descoberta de que na verdade não teve nada a ver com amor mais ainda. Meus sentimentos de insatisfação e revolta com as pessoas em minha volta na época do high school, quando todos meus amigos foram embora. Enfim. Coisas pequenas, que, apesar de pequenas, não devem ser menosprezadas porque eram minha vida na época e me marcaram profundamente.

Mas sobre ontem. Me lembrou daquele ano porque tudo pareceu dar errado, ao mesmo tempo que certo. Nunca me arrependo de verdade de nada, apesar de fazer várias coisas erradas o tempo todo, mas ontem fiquei meio mal comigo mesma.

Tudo já começou meio mal, comigo atrasando de novo. Eu odeio me atrasar, especialmente pra ela. Nunca tinha falado eu te amo na vida por vários motivos, entre eles nunca ter realmente tido a vontade de ser perfeita pra ninguém. Eu te disse que só quero te fazer bem, que quero te dar infinitas quantidades de amor, te mostrar que você é uma pessoa diferente do resto, uma pessoa que vale a pena - o que é muito raro hoje em dia. E te fazer esperar no metrô nesse frio me deixou angustiada de modo que cada minuto que passava no relógio do meu carro me parecia uma eternidade, meu coração a mil e meu corpo inteiro tenso.

Depois no carro, quando você estava quieta e tensa e preocupada com um milhão de coisas (coisas que eu odeio, por te deixarem mal) e eu não soube o que dizer. Já disse que eu sou egocêntrica, e acho que estava tão enrolada no meu próprio drama de ter atrasado de novo, que não consegui estar lá pra você. Eu sempre entro em pânico quando isso acontece. Quando a gente se afasta, mesmo que não seja por mal, e é por isso que depois eu te pergunto um bilhão de vezes se você está bem.

Então tudo realmente começou a dar errado. Eu fiz coisas que sabia que me fariam mal, gastei demais, me meti em um lugar abafado e com energia ruim, comecei a passar mal, quase não te agarrei (apesar de você estar tão linda), fiquei estranha na frente das suas amigas DE NOVO por me sentir mal, quis ir embora mais cedo... Blargh. Não sei porque me meto nessas coisas sabendo o que vai acontecer.

Depois me irritei de ter passado mal na sua frente no caminho pro carro. É uma coisa tão boba, tipo aquelas coisas que nossas mães falam que não podemos fazer na frente da namorada. Tipo cortar a unha do pé ou fazer xixi. A Sylvia Plath (uma das minhas autoras favoritas) diz que não tem nada como vomitar na frente de alguém pra imediatamente tornar essa pessoa sua melhor amiga. Mas eu não quero isso. Sim, você é de várias maneiras minha melhor amiga, além de namorada, mas tudo isso me levou pra cama pensativa e mal e com raiva de ontem a noite.

Como você sempre diz, quero ter um relacionamento saudável. Mas pra isso precisamos ser saudáveis de mil maneiras. Nos sentimentos, no amor, fisicamente, e dentro de nós mesmas. Essas coisas bobas tipo vomitar na sua frente, cortar a unha do pé ou fazer xixi são pequenas. Concordo que nossas mães talvez sejam um tanto antiquadas nesse sentido, mas isso de vomitar foi desnecessário. Não porque é feio e nojento (apesar de ser) mas porque estamos fazendo mal pra nós. Não precisamos chegar nesse ponto de fazer tanta besteira a ponto de vomitar uma na frente da outra. Sou inocente, idealista, e até meio boba, mas acredito que podemos viver do nosso amor.

Vamos parar. Voltar. Não voltar, mas mudar. Resgatar nossos jantares e idas ao teatro. Lógico, sempre com muita bebida porque também uma vida certinha não tem a menor graça (e acho que nós duas acharíamos meio impossível haha). Eu te quero pra vida toda e acho que o que temos feito só têm empacado tudo - e você sabe muito bem que já temos complicações o suficiente nas nossas vidas. Não vamos complicar o que temos. Porque pra mim é a coisa mais real e pura do mundo - a única coisa que me faz verdadeiramente feliz.

Ainda não saí direito da cama, então talvez nada faça sentido. Mas dormi mal e acordei do mesmo jeito. Talvez esse post seja uma das minhas brisas de enquanto estou dormindo, tipo Anselino Anselmo ou sua mãe no banco de trás do seu carro. Rawr.

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